Uma breve história dos desfiles de moda.


Mulheres lindas, magras, roupas exuberantes, luzes, brilhos e música. Suspiros, flashes, excitação. Palmas. Backstage, correria, egos, maquiagem, cores, texturas. Os desfiles de moda exercem grande fascínio. Seja pela curiosidade de ver em primeira mão o que os artistas de linha e agulha prepararam, seja para fazer parte de um evento badalado, ver e ser visto.
Mas por trás de todas as tendências, coleções e maquiagens desfiladas, existe um negócio. E ele, além de muito sério, é bastante lucrativo.
Vou tratar disso, eventualmente, mas hoje o que eu quero mesmo é falar de tradição. De história. Afinal, como surgiram estes grandes shows de moda? Quando foi isso e quem teve esta idéia? Deve ser porque sou jornalista, mas não consigo evitar estas perguntinhas e dificilmente consigo conter essa minha curiosidade. Então fui à cata de livros, sites e outros blogs que me dessem estas informações. E olha só que legal...
A brilhante idéia foi de ninguém menos que Charles Worth, o pai da alta costura. Ele começou desenhando modelos para sua esposa (sortuda ela?), Marie Vernet, que os exibia. E deve ter sido aí, seu grande insight: usar manequins vivos para mostrar às suas clientes como a roupa ficava no corpo, o tal caimento. Há relatos de que estas manequins vivas eram, na verdade, suas principais clientes que desfilavam novos modelitos para as demais compradoras, coisa fina... Mas isso foi lá pelos anos 1850.
Já no início do século XX, a indústria da moda já ocupa maior espaço nos mercados Europeus e Americano, os lançamentos passam a ocorrer em data fixa para organização da cadeia produtiva. Agora, os costureiros exibem desfiles para um público selecionado. Na Europa o foco eram os compradores de moda e nos EUA, a imprensa especializada. A popularização dos desfiles aumenta à medida que aumenta o prestígio dos costureiros, e os de alta-costura eram (como ainda são) eventos super exclusivos. Em meados do século XX, começa a surgir a divisão entre manequins de passarela e manequins fotográficos..
Em 1980, os desfiles ganham status de “shows”, se tornando grandes espetáculos da moda. Grandes nomes do momento como  como Jean-Paul Gaultier, Viviene Westwood, Christian Lacroix, Giorgio Armani inovam nas passarelas, e não apenas nas roupas. Criam desfiles sensacionais e disputadíssimos entre profissionais da moda, personalidades e consumidores.
A década de 90 foi a década das top- models. Lembram delas? Linda Evangelista, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Cindy Crawford. Na mesma época, o estilista francês Thierry Mugler, realiza o mais caro desfile da história, apenas a bagatela de 20 milhões de dólares, para várias grandes modelos desfilarem no teatro parisiense “Ópera Comique”, em comemoração dos 20 anos da grife.
Hoje, desfiles são transmitidos pela internet, abusam de recursos de iluminação e audiovisuais que você quase acredita que a roupa é só um detalhe. Mas não se engane, estes 20 minutos de vai e vém de modelos, toda a fantasia em torno do evento serve para criar o tal desejo de consumo, mostrar ao publico o ambiente imaginado pelo artista para mostrar suas criações, impactar não só com as roupas. Algumas você vai querer comprar na hora, são as peças mais comerciais, usáveis. Outras são conceituais, representam o significado da coleção e o estilo do criador.

Achei no youtube este vídeo com o tal desfile de Thierry Mugler. Ai como amo a internet!

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